O uso do CPAP (sigla em inglês para pressão positiva contínua nas vias aérias) tem sido considerado uma das terapias mais seguras e eficazes no tratamento da SAOS (Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono).
O CPAP é um dispositivo composto basicamente de três componentes: um gerador de ar, um tubo de ar e uma máscara (nasal ou oronasal). O gerador de ar faz o ar circular através do tubo , passando pelo nariz até a garganta, onde a leve pressão positiva mantém abertas as vias respiratórias. Trata-se de um dispositivo pneumático que evita o colapso das vias aéreas superiores.
Ao restabelecer a abertura da via aérea, o uso do CPAP previne os despertares e a fragmentação do sono, promovendo um sono reparador e uma redução significativa de sintomas como cansaço e sonolência diurna. As demais conseqüências da Apnéia do Sono, como pressão alta, nictúria (hábito de urinar à noite), doenças cardíacas (arritmia, angina e infarto) e doença cerebrovascular (“derrame”) também podem ser prevenidas com a terapia com CPAP.
O primeiro paciente com SAOS tratado com o uso de pressão positiva foi em junho de 1981, por Colin Sullivan no Royal Prince Alfred Hospital, em Sidney, Austrália. Até então, restava aos indivíduos graves apenas a traqueostomia permanente. Nos 20 anos que transcorreram desde que o Dr. Sullivan criou o primeiro dispositivo CPAP, os aparelhos evoluíram para máquinas pequenas, algumas praticamente automáticas e que funcionam como verdadeiros monitores do sono.
As principais indicações do uso do CPAP no tratamento da Apnéia Obstrutiva do Sono são os pacientes com SAOS moderada a grave e pacientes com sonolência excessiva diurna em consequência da SAOS, independente da sua gravidade. O uso do CPAP também pode ser considerado nos casos de SAOS leve e ronco primário. Após a prescrição do equipamento pelo médico otorrinolaringologista , a escolha da máscara deve ser feita pelo paciente, e esta deve ser confortável o suficiente desde que não ocorra vazamento.
O desafio atual no tratamento da SAOS com o CPAP é entender suas principais indicações e desmistificar o seu uso. A aderência ao tratamento depende da disposição do paciente em tratar a Apnéia do Sono e do adequado acompanhamento do paciente no processo de adaptação do aparelho. Uma pressão de tratamento adequada, um sistema cômodo com uma máscara bem adaptada e uma educação detalhada marcam a diferença entre o êxito e o fracasso para muitos usuários de CPAP.
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Dr. Eduardo Garcia
CRM-SP 127.022
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