A perda auditiva é uma condição comum que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo. Conforme avançamos em idade, nossos sistemas sensoriais, incluindo a audição, podem sofrer alterações significativas. Falaremos sobre os aspectos da perda auditiva relacionada ao envelhecimento, causas, sintomas, impactos na qualidade de vida e os possíveis tratamentos para o seu manejo.
A Organização Mundial da Saúde estima que até 2050 quase 2.5 bilhões de pessoas terão algum grau de deficiência auditiva. Destas, ao menos 700 milhões necessitarão de intervenção e cuidados auditivos.
Nos últimos anos, podemos observar um aumento crescente na expectativa de vida da população geral. No Brasil, por exemplo, atualmente a estimativa é de que viveremos até os 75,5 anos. E é, justamente, o envelhecimento um dos principais fatores de perda auditiva.
Perda auditiva por envelhecimento
Mais conhecida como presbiacusia, este tipo de perda vem sendo chamada de perda auditiva relacionada ao envelhecimento ou perda auditiva relacionada à idade. Caracteriza-se por uma perda auditiva sensorioneural, bilateral e simétrica , decorrente do comprometimento degenerativo combinado das funções auditivas tanto centrais (no sistema nervoso central) quanto periféricas (na cóclea – orelha interna – e nervo auditivo). Geralmente começa a se manifestar em pessoas que estão próximas dos 60 anos, embora possa ter seu início mais precoce. A progressão costuma ser lenta, por isso muitas pessoas não percebem que estão perdendo a audição.
Origem multifatorial
Fatores como exposição a ruído ou produtos químicos, uso de medicações consideradas ototóxicas (que são prejudiciais ao sistema auditivo) ao longo da vida, hereditariedade, doenças metabólicas como a diabetes e hipertensão arterial, estilo de vida, entre outros, podem contribuir de forma significativa para o surgimento da perda auditiva com o avanço da idade. De fato, é difícil definir em cada indivíduo, a proporção de perda auditiva que é devida ao processo de senilidade em si, daquele causado por fatores metabólicos, traumáticos ou definidos hereditariamente. O tabagismo ,por exemplo, pode ser um importante potencializador da presbiacusia.
Sintomas da presbiacusia
A medida em que a perda auditiva avança, as seguintes dificuldades começam a surgir:
- dificuldade de compreensão da fala, principalmente em ambientes ruidosos
- sensação de que a fala das outras pessoas não está clara
- sensibilidade ou desconforto auditivo na presença de sons intensos, mas que muita vezes são percebidos de maneira “normal” por outras pessoas
- zumbido (tinnitus tipo apito, chiado, etc.)
- alterações do equilíbrio
- irritabilidade e/ou ansiedade
- demências
- isolamento ou redução da interação social
Como é feito o diagnóstico da perda auditiva?
O diagnóstico precoce é crucial para reduzir os prejuízos da perda auditiva a longo prazo. Um(a) fonoaudiólogo(a) especialista em audiologia pode realizar uma avaliação auditiva completa, que inclui testes de audição como audiometria tonal e testes de fala (audiometria vocal) e impedanciometria. Estes exames são considerados o padrão ouro para o início da investigação sob a suspeita de uma perda de audição.
Tratamento da perda auditiva
Diante do diagnóstico, a busca pelo tratamento e reabilitação deve ser imediata, isso porque a privação auditiva pode agravar os sintomas e as dificuldades causadas por esta perda. Além disso, com o envelhecimento, a capacidade que o cérebro tem de estabelecer novas conexões neurais tende a diminuir, por isso quanto menor o tempo de privação auditiva, melhores são os resultados dos tratamentos. Com base nos resultados da avaliação, poderão ser recomendadas algumas opções de tratamento, incluindo próteses auditivas, terapia auditiva e, em casos mais severos, implantes cocleares.
Fique atento!
- Evite, sempre que possível, se expor a ruídos de forte intensidade .
- Procure manter uma alimentação saudável e a prática de exercícios físicos ao longo de toda a vida.
- Evite o Tabagismo .
- Consultas e exames de rotina podem ajudar a diagnosticar perda auditiva, e outras alterações, ainda na fase inicial.
- Não deixe de procurar o(a) médico(a) Otorrinolaringologista e em seguida um(a) Fonoaudiólogo(a) ao menor sinal ou desconfiança de uma perda auditiva.
- Antes de fazer um teste com aparelho auditivo (prótese auditiva), procure um médico para se certificar de que este é, de fato, o melhor tratamento para você.
- Apesar da relação entre o envelhecimento e a perda auditiva, outras doenças mais sérias, como um tumor, por exemplo, podem ser a causa real da sua perda. Por isso a importância de sempre buscar o diagnóstico correto.
Lembre-se que envelhecer faz parte do processo natural da vida, e é totalmente possível envelhecer com saúde. Se ao longo do envelhecimento você se deparar com a dificuldade de ouvir, busque ajuda especializada. Sempre é possível melhorar!
Todas as informações fornecidas neste website têm caráter meramente informativo, com o objetivo de complementar, e não substituir, as orientações do seu(sua) médico(a) especialista.
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