Nossos ouvidos estão entre os mais complexos órgãos do corpo humano. Eles recebem ondas sonoras e as traduzem para o nosso cérebro, controlam o equilíbrio e definem em grande escala a maneira pela qual nos relacionamos com o mundo ao nosso redor. Para entender a perda auditiva é preciso entender como funciona nossa audição.

Nossa orelha é dividida, didaticamente, em 3 partes:

1)    Orelha externa: capta ondas sonoras e as direciona para dentro do canal auditivo, que por sua forma afunilalada, amplifica e canaliza as ondas sonoras para a membrana timpânica.
2)    Orelha média: é uma caixa óssea preechida de ar que se comunica com as narinas e a garganta através da tuba auditiva. Esta última tem como objetivo equalizar a pressão do ar dentro da orelha. A tuba auditiva geralmente está fechada e quando engolimos ou bocejamos, ela abre naturalmente. Nesta cavidade encontram-se os menores ossos do corpo humano: martelo, bigorna e estribo. Ao atinger a membrana timpânica, as ondas sonoras fazem com que esta vibre, transmitindo o som para os ossículos. Esses ossos minúsculos articulados transmitem as ondas sonoras para a orelha interna.
3)    Orelha interna: é composta pela cóclea (órgão sensorial da audição) e pelo labirinto (responsável pelo equilíbrio). A cóclea é revestida por cerca de 30000 células ciliadas, que convertem as vibrações sonoras em impulsos nervosos. Estes são conduzidos pelo nervo auditivo ao cérebro, onde serão reconhecidos e interpretados.

perdaauditiva
1- orelha externa; 2-orelha média ; 3-orelha interna

Tipos de Perdas Auditivas

Há 3 tipos de perdas auditivas:

  • sensório- neural
  • condutiva
  • mista

Sabe-se que 90% das perdas auditivas são sensório neurais. O termo refere-se á lesão das células ciliadas. Embora perda auditiva sensório-neural muitas vezes seja parte natural do envelhecimento, ela também pode ser causada por ruídos, traumas, certas infecções, tratamentos medicamentosos ou ter origem genética. Nas perdas auditivas deste tipo dificilmente a audição é recuperada.
As perdas auditivas também podem ser condutivas, quando envolvem uma obstrução da orelha externa ou média que impede a chegada das ondas sonoras à orelha interna. O acúmulo de cera, a perfuração do tímpano, o excesso de líquidos no ouvido médio ou o crescimento ósseo anormal na orelha média (otosclerose) são algumas causas de perda auditiva condutiva. Frequentemente , estes casos podem ser corrigidos cirurgicamente. As perdas auditivas mistas são a combinação de comprometimentos sensório-neurais e condutivos.

Perda Auditiva no Idoso

O sistema auditivo sofre o processo de envelhecimento ao longo dos anos, desta forma, é comum que os idosos apresentem perda auditiva e dados estatíscos apontam que cerca de 70 % das pessoas com 60 anos ou mais, tenham perda de audição.
A diminuição puramente relacionada ao envelhecimento é chamada de presbiacusia, que acomete as duas oelhas e pode piorar com o passar dos anos, interfirindo na compreesão da fala, na comunicação e bom relacionamento da pessoa.
A falta de informação gera preconceito e isto faz com que a maioria das pessoas com dificuldades auditivas demore, em média, seia anos para procurar ajuda. Algumas pessoas se isolam para evitar o o constrangimento e abandonam o convívio social.

Perda Auditiva na Infância

Estatísticamente, 3 a cada 1000 crianças nascidas apresentam deficiência auditiva. É comum pensar que os diagnósticos devem ser feitos apenas em crianças que apresentam algum fator de risco relacionado a esta deficiência, porém sabe-se que 50% dos casos não apresentam pré disposição para problemas auditivos.
Quanto mais cedo ocorrer a detecção e a intervenção na deficiência auditiva, menores serão os prejuízos e danos à vida da criança. Desta forma, é importante os pais estarem atentos à audição dos seus filhos desde o nascimento e levarem ao médico regularmente para garantir um desenvolvimento saudável.

Perda Auditiva induzida por ruído

O ruído pode ser definido como um som indesejável que em determinada intensidade pode causar perda auditiva. Ultimamente observa-se um aumento gradual no número de pessoas com deficiência auditiva, possivelmente porque estamos expostos a mais ruídos e de forma cada vez mais constante. A lesão pode ocorrer após um som de breve duração, porém intenso (explosão) ou devido a exposição regular a ruídos ao longo do tempo.
A perda auditiva induzida por ruído pode ser acompanhada por zumbido que se parece com um apito ou chiado nos ouvidos ou na cabeça. Estas sensações podem desaparecer com o tempo ou continuar, de forma constante ou intermitente, ao longo da vida. Alguns tipos de ruídos que pode causar perda auditiva:

  • Secador de cabelo: 85-90 dB
  • Concertos, shows de rock : 100-110dB
  • Equipamentos sonoros como Ipod: 120dB no volume máximo.
  • Sirene de ambulância: 120-140dB

Todas as informações fornecidas neste website têm caráter meramente informativo, com o objetivo de complementar, e não substituir, as orientações do seu(sua) médico(a).

Dr. Eduardo Garcia – Otorrinolaringologista- CRM-SP 127.022